
A BNCC vem para modificarmos nossa prática pedagógica por isso buscaremos trazer dicas, planos, ideias, atividades para facilitar o seu trabalho em sala de aula.
quarta-feira, 27 de abril de 2011
Sabedoria

sábado, 16 de abril de 2011
terça-feira, 12 de abril de 2011
Janela da Alma, Espelho do Mundo

Janela da Alma, Espelho do Mundo
Marilena Chauí - Janela da Alma, Espelho do Mundo in NOVAES, Adauto (org) “O olhar” São Paulo: Cia das Letras, 1998
Visão [32]
Existe uma crença ancestral de que a visão depende de nós, muito mais do que dependeria das coisas. Exemplo disso é que fechamos os olhos quando não queremos que determinada coisa exista (como um acidente, ou uma traição). Taí o ditado “O que os olhos não vêem o coração não sente”
Ilusão [32]
A ilusão carrega a esperança de uma visão verdadeira que corrigiria a ilusória, pois temos consciência da ilusão e da decepção
Alucinação [32]
A alucinação nos mostra que o mundo real está longe, e está sendo barrado pelos nossos próprios fantasmas e fantasias. Mas pode ser refeito se recobrarmos a razão.
Cremos nas palavras [32]
“Falamos porque cremos nas palavras e nelas cremos porque cremos em nossos olhos: cremos que as coisas e os outros existem porque os vemos e que os vemos porque existem”
Olhar o invisível [32]
Nós dizemos: “Não olhe para trás”, ou “olhe para o futuro”, como se pudéssemos, de fato, olhar o invisível.
Atenção às palavras [32]
Pouca atenção se dá às palavras usadas no dia-a-dia. Como “veja o que diz”, e, por vezes, quando queremos falar algo dizemos: “olhe aqui”
Olhar [33]
O olhar é fonte de alienação, é fonte de análise no olho-no-olho, é sentir o mundo. Nós cremos que a visão se faz em nós pelo que está fora e, ao mesmo tempo, se faz de nós para o que está fora. O olhar é “sair de si e trazer o mundo para dentro de si”. O termo “janela da alma” tem a idéia que o olhar coloca nosso interior para o mundo exterior.
Olho [33]
O olho tem uma grande representatividade. Como o olho gordo, Édipo cegando a si próprio, a medusa, a quem não se podia olhar.
Audição [37]
Dos cinco sentidos, somente a audição (referida à linguagem) rivaliza com a visão do léxico do conhecimento. Os demais sentidos estão ausentes, ou trabalham como metáfora da visão. (algo como “beber uma idéia” ou “pegar o pensamento”)
Visão como instrumento de investigação [38]
A visão é o sentido mais apto para a investigação, e é por isso que é o sentido que mais prazer nos causa. Sentimos prazer emconhecer e estudar as coisas. É enxergando que percebemos o discernimento das coisas, e nos permite ver as diferenças. A visão também é o mais rápido dos sentidos, projetando imagens no subconsciente que ficarão na memória para um fácil e rápido entendimento, com a maior fidelidade.
Visão filosófica [40]
A filosofia indica que ou a visão depende das coisas (que são causas ativas do ver), ou depende dos nossos olhos (que fazem as coisas serem vistas)
Olhar como cânone das percepções [40]
Um dos prováveis motivos pelos quais a visão usurpa os demais sentidos em relação à percepção, pode ser sentido na idéia de Merleau-Ponty, que afirmava que “ver é ter à distância”. O olhar pode apalpar as coisas, pousa sobre elas e entra nelas, porém não se apropria. O olhar “resume” e ultrapassa os demais sentidos quando pode chegar ao objeto e voltar, sem alterações materiais.
Medicina antiga [41]
Na madicina antiga, dizia-se “pensar é o passeio da alma” e essa aptidão ou impulso para sair de si denota um elo entre o olhar e o pensar. No renascimento, tinha-se os olhos como o “mais espiritual dos sentidos”
Olhos [42]
Os olhos estão no limite entre a materialidade e a espiritualidade. Para os neoplatonicos, a “vista é o mais espiritual de todos os sentidos (…) capta as coisas longínquas com extraordinárias rapidez e por isso as coisas apreendidas por ela são convocadas mais facilmente por nós e mais eficazmente retemos na alma”
Olhar e linguagem [45]
Não é apenas a cisnao entre o olhar e o mundo, e entre os olhos (do corpo) e os olhos (do espírito). A filosofia preparava também a cisão entre o olhar e a linguagem.
Visão como paradigma do pensar [45]
Quando do nascimento da linguagem do conhecimento intelectual, a visão serviu como paradigma para o pensar. Fazendo da própria visão um juízo que põe o visível e o evidente e que esclarece porque a filosofia sempre teve tanto interesse pela ilusão.
Experiências [45]
“Uma profunda mutação acontece quando possamos da experiência de ver - do olhar - à explicação racional dessa experiência - ao pensamento de ver - , quando passamos da percepção ao juízo.”
Expulsão da linguagem ou do olhar [46]
Na cisão entre olhar e linguagem, ocorrem rivalidades entre ambos os grupos a “ciência como linguagem bem feita” expulsam o olhar. Já Descartes (e com ele todos os modernos) expulsa a linguagem.
Ver e ouvir [47]
Ver lança-nos para fora. Ouvir, volta-nos para dentro. Segundo Platão, o verdadeiro motivo pelo qual temos visão e audição é estarmos destinados ao conhecimento.
Importância da visão [47]
Graças à visão, concebemos o tempo, já que podemos ver dia e noite, meses e anos e, com essa distinção, a vista ajudou-nos a conceber o número. Com o número, chegamos à filosofia
Desenvolvimento da inteligência [48]
O desenvolvimento da inteligência se faz pela memória e pela experiência. Ambas usam a palavra porque ela pode ser mantida e conservada. A visão é intransferível e efêmera. Mesmo assim, é a visão que é a privilegiada no momento do conhecimento.
Platão [49]
Platão separa corpo e alma, mas reafirma também e com maior intensidade a desconfiança com relação aos sentidos. Como os olhos vêem apenas simulacros, a verdadeira visão é aquela feita pelo intelecto
Reflexões [51]
“A reflexão do olhar é o espelho; a da alma, a natureza; e a natureza, as artes.” Essas reflexões são possíveis porque mundo, homem e arte são feitos da mesma coisa: os quatro elementos (terra, água, fogo e ar) e dos quatro humores (sangue, fleugma, bílis amarela e bílis negra). Segundo Leonardo DaVinci, A alma especula com os olhos.
Leonardo DaVinci [54]
Leonardo fala, no Tratado da Pintura, que a pintura é uma coisa mental, não uma coisa a ser apenas tratada pelos olhos.
Marilena Chauí - Janela da Alma, Espelho do Mundo in NOVAES, Adauto (org) “O olhar” São Paulo: Cia das Letras, 1998 - 3
Telescópio [55]
Os olhos atrapalham a visão. Eles nos iludem, nis mentes e, depois da invenção do telescópio têm-se uma nova visão. O telescópio (objeto tecnológico) é a razão corrigindo o olhar, ensinando a ver, deixando claro que vários aspectos mundanos dificultam ao olho enxergar tudo o que há. O essencial do telescópio não é que aproxime ou aumente os objetos, e sim que transforme o próprio ato de ver. Depositando no aparelho o ato de conhecer.
Teoria das ilusões [56]
Os olhos, então, não vêem tudo. Na perspectiva realista os olhos não vêem a res extensa e, na idealista, imaginam que ela exista realmente. Uma das ilusões visuais que provocam o interesse de Berkeley é a percepção da distância. Ele afirma que a distância é um dado tátil, e não um dado visual. Já Descartes se interessa pela ilusão das cores. Segundo ele, as cores não estão nas coisas, e sim nos nossos olhos, que não enxergam a realidade e sim os resultados subjetivos de causalidade reais invisíveis
Percepção purificada [56]
A percepção é purificada ao extremo para dedicar-se às atividades intelectuais, e o olho passa a ser um operário do pensamento.
Sujeito do olhar [57]
Quem é o sujeito do olhar? Modernos e idealistas responderão ser o intelecto, que enxerga idéias, conceitos e essências, e os vê como universalidades existentes desde todo o sempre e em parte alguma do visível. O olho intelectual é o puro sujeitos da observação, espectador absoluto que supõe ou que, no idealismo, põe uam multiplicidade plana de universalidades e individualidades.
As coisas [58]
“As coisas são configurações abertas que se oferecem ao olhar por perfis e sob o modo do inacabamento, pois nunca nossos olhos verão de uma só vez todas as suas faces.”
Filosofia figurada da visão [59]
A “filosofia figurada da visão” impede que concebamos o olhar como operação intelectaul, colocando o mundo exterior como representação ou conceito. A visão de alguma coisa depende do julgamento de quem olha. Um quadro visto por um filósofo é diferente do visto pelo pintor que é diferente do visto pelo matemático.
Pensar e ver [60]
Ver não é pensar, e pensar não é ver, mas sem a visão não pensamos, e sem o pensamento não vemos.
Pintor [60]
A pintura eleva à última potência o delírio da visão. A pintura é a ruminação do olhar, é a capacidade do pintor de ver, rever, analisar e transmitir idéias com tintas.
retirado do site: http://www.rodr
terça-feira, 5 de abril de 2011
O dilema entre a medicação e o auto-enfrentamento para curar a ansiedade
Autor: Harriet Lerner
Assunto: Tratamento para ansiedade
Existe muita polêmica tanto entre pacientes, quanto entre médicos, terapeutas e cientistas sobre qual a melhor forma de tratar a ansiedade.
Há um consenso de que os remédios fazem o paciente se sentir melhor, o que pode passar a impressão de que o problema foi solucionado, mas será que foi mesmo?
Como já foi discutido neste site por outros autores, os distúrbios emocionais nascem nas idéias, na cabeça do paciente. Sim, em alguns casos temos alterações bioquímicas, algumas causadas por outros medicamentos, outras por alterações hormonais, problemas de tireóide ou até mesmo condições genéticas. Esse site, no entanto, trata de ansiedade, não de outros distúrbios como depressão, bipolar, pânico, entre outros e não dá pra colocar tudo dentro do mesmo saco! Outros distúrbios podem sim ser causados biologicamente e precisam de medicação, a ansiedade em si não. Por quê? Primeiro precisamos definir ansiedade! Ansiedade é uma dificuldade de lidar com as próprias expectativas pessoais e expectativas são matéria de ponto de vista e opinião pessoal, não de variações bioquímicas! A ansiedade é uma questão puramente da cabeça da pessoa.
O caso que discutimos aqui é a ansiedade normal, em níveis administráveis, que a maioria de nós sente por pura dificuldade em lidar com o tempo ou as emoções. É essa ansiedade normal que faz com que percamos tempo demais nos preocupando com coisas que ainda estão para acontecer ou não consigamos nos concentrar nas tarefas do dia-a-dia porque a mente está apreensiva ou excitada demais com o que está por vir.
Um grande problema da psicologia e da psiquiatria moderna é que esses casos leves estão começando a ser medicados e aí sim, temos um grande erro! Mais uma vez não estamos falando em depressão, pessoas que estão à beira do suicídio ou qualquer tipo de caso clínico ou grave.
É um problema sério quando o indivíduo que não sofre de maiores problemas entra no consultório psiquiátrico e reclama de um pouquinho de desânimo e desmotivação e sai com uma prescrição de Prozac!
Essa mentalidade que está tomando conta dos consultórios é extremamente nociva para o paciente que coloca confiança e credibilidade em cima da figura do médico ou psicólogo e passa a acreditar que “tem um problema” pois foi “diagnosticado” por um profissional competente com tal e tal distúrbio quando na realidade a pessoa não tem é nada!
Essa postura leva o paciente a acreditar que só o remédio vai curá-lo e que ele então é impotente e nada pode fazer. O que esse paciente não compreende é que os medicamentos para ansiedade, destinados apenas para casos graves, não têm o objetivo de “curar” já que a ciência ainda não encontrou cura para as mais variadas condições psicológicas – não existe cura para depressão, bipolar ou mesmo ansiedade, pelo menos não através de medicação! O que os remédios fazem é mascarar os sintomas para que a pessoa possa viver sua vida normalmente. Em casos graves, essa é a única solução. O paciente menos sofisticado, no entanto, não sabe disso e coloca todas as suas esperanças em cima do remédio, achando que vai curar-se.
Todo medicamento nessa categoria, contudo, perde muito do seu efeito com o passar do tempo e o paciente fica sem saída. Ele foi “treinado” para acreditar que o remédio iria curá-lo, mas além de não fazer efeito nenhum nesse sentido, passa agora a nem sequer mascarar os sintomas como antes. Alguns pacientes começam a subir na escala de medicação, passando para produtos cada vez mais fortes, pois dois fatores agora contam negativamente: esse tipo de medicação gera dependência e a pessoa que experimentou a ausência de sintomas no início confunde essa sensação com “cura” e continua buscando algo que a faça se sentir como no início do tratamento.
O fato é que a maioria dos distúrbios leves (não bioquímicos e não clínicos) pode ser tratada com terapia ou mesmo pelo próprio paciente refletindo sobre os motivos que geram o desequilíbrio emocional. Como a própria ansiedade nasce “nas idéias”, ao invés de mascarar os sintomas se medicando, a pessoa deve procurar enfrentar a si mesma e resolver os problemas internos que geram as sensações negativas.
Eu parto do princípio (e mais uma vez reitero que só para os casos leves!) de que se os medicamentos não têm o objetivo de curar, mas apenas de mascarar, por que é que a pessoa vai preferir tapar o sol com a peneira ao invés de resolver o problema? Aí é que entra o maior de todos os problemas do ser humano: a covardia para olhar para dentro de si mesmo e se auto-enfrentar. Infelizmente essa postura covarde é reforçada pela própria comunidade científica que parte do princípio de que a mente é gerada biologicamente e que, assim sendo, todos os distúrbios emocionais são uma questão biológica, logo, tratáveis somente com medicação.
Se você luta com um pouquinho de ansiedade, desânimo, desmotivação, nada que justificaria correr para um psiquiatra e pegar uma prescrição para um medicamento de tarja preta, procure ser mais pró-ativo ao lidar com sua própria realidade íntima. Se você sente desânimo, existe um motivo, qual é? Se você vive apreensivo com relação a coisas que estão por vir, isso é algo que você mesmo cria devido à sua incapacidade de lidar com tempo. Por quê? Essas questões têm resposta e as respostas só mesmo você pode saber! Como pode um remédio consertar um problema de opinião sua? Não pode, evidentemente! A ansiedade acima de tudo é um “problema de opinião”, ou seja, você quer que as coisas aconteçam de determinada forma e fica preocupado com a possibilidade de que elas aconteçam de outra! Remédio nenhum conserta a sua opinião ou o seu ponto de vista, conserta?
Agora, essa “opinião” ou esse “ponto de vista” existem por um motivo e você pode não estar intimamente disposto a encará-lo! É aí que entra a covardia de não ter coragem de resolver um problema da forma correta e então correr para um fonte de auto-engano. É como ficar tomando remédio para dor quando se tem um dente careado. Não tem jeito, o remédio faz a dor desaparecer, mas nunca, jamais vai consertar o dente careado, mesmo que durante seu efeito, você tenha a sensação de que seu dente “foi curado”!
http://ansiedadetemcura.com.br
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O Processo Ensino-Aprendizagem Fonte http://www.eproinfo.mec.gov.br/webfolio/Mod82139/etapa1/leituras/p_02.htm Para Fernández (1998), as r...
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