quinta-feira, 21 de julho de 2011

Tecnologias Assistivas




Curso de Tecnologias Assistivas Jogos Pedagógicos na Educação Inclusiva e Acessibilidade

O uso das tecnologias requer conhecimento e habilidade. As tecnologias estão presentes em todos os segmentos da sociedade e certamente a educação sente a necessidade do uso dessas ferramentas com a finalidade de proporcionar a educandos e educadores uma metodologia que tenha como recurso as diferentes tecnologias no ambiente escolar como forma de desenvolver a aprendizagem de forma interativa, cooperativa, informativa e comunicativa.

A 23º CRE e NTE, a Secretaria Municipal de educação do Município de Vacaria e Telecentro, tem a preocupação de integrar seus educadores ao uso destes recursos e assim ofereceu aos professores responsáveis pela sala de recursos das escolas de abrangência destes orgão um curso de capacitação em “Tecnologias Assistivas: Jogos Pedagógicos na Educação Inclusiva e Acessibilidade. Com inicio em 11 de maio de 2011 e se termino será em 15 de agosto de 2011.

Neste curso será explorado a rede mundial de computadores, a internet, conhecendo as suas características e, assim, potencializar o uso de suas ferramentas para a inclusão social e digital. Iniciou-se com a exploração de jogos pedagógicos para a alfabetização, conhecimento de programas (software) de acessibilidade, bem como aparelhos que vieram contribuir e favorecer a qualidade de vida dos Portadores de Deficiências. Além disso foram realizado pesquisas, navegação, a produção de conteúdo e a publicação na rede.

Este curso atendeu 18 professoras que atuam nas escolas municipais de Vacaria, 6 professoras que atuma nas escolas estaduais de Vacaria, 3 professoras que atuam da APAE de Vacaria, 1 professora que atua na sala de recursos de Campestre da Serra, 02 professoras que atuam em escolas estaduais de de Bom Jesus e uma professora que atua na sala de recursos no município de São José dos Ausentes .

O curso foi ministrado pela Orientadora Pedagógica do Telecentro Municipal de Vacaria, Nilva Michelon, pela coordenadora do NTE Marinice Cordeiro Noya e pala formadora do NTE Karine Sanson Paim

Importante Noticia:

Link - http://intra.sed.ms.gov.br/arquivos/manual_acessibilidade.pdf

Manual de Acessibilidade Espacial para Escolas


Assegurar a acessibilidade por meio da eliminação de barreiras arquitetônicas, que impedem as pessoas de usufruir todos os espaços nas unidades escolares, é essencial para garantir o respeito às diferenças e proporcionar igualdade de condições de acesso à participação em um sistema educacional inclusivo. Segundo a Lei 10.098/00, acessibilidade é definida como possibilidade e condição de alcance para utilização, com segurança e autonomia, dos espaços, mobiliários e equipamentos urbanos, das edificações, dos transportes e dos sistemas e meios de comunicação, pela pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida (art. 2°, inciso I).

A SED, em parceria com o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação - FNDE/MEC/SECADI, por meio do Programa Escola Acessível, disponibilizou recursos financeiros a 309 escolas estaduais, visando promover a acessibilidade e inclusão de estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação matriculados em classes comuns do ensino regular, assegurando-lhes o direito de compartilharem os espaços comuns de aprendizagem, por meio da acessibilidade ao ambiente físico, aos recursos didáticos e pedagógicos e às comunicações e informações. As ações objetivam adequar, arquitetônica ou estruturalmente, os espaços físicos reservados à instalação e funcionamento de salas de recursos multifuncionais, a fim de atender os requisitos de acessibilidade, adequar sanitários, alargar portas e vias de acesso, construir rampas, instalar corrimão e colocar sinalização tátil e visual, adquirir mobiliário acessível, cadeira de rodas, material desportivo acessível e outros recursos de tecnologia assistiva.

Para execução das ações é necessário a elaboração do Plano de Atendimento no site do SIMEC, sendo que as adaptações arquitetônicas devem seguir as normas da ABNT.

O MEC/SECADI elaborou o Manual de Acessibilidade Espacial para as escolas, com orientações gerais sobre acessibilidade, que pode ser baixado pelo endereço http://portal.mec.gov.br/.


Meu filho, você não merece nada

A crença de que a felicidade é um direito

tem tornado despreparada a geração mais preparada



Eliane Brum

ELIANE BRUM
Jornalista, escritora e documentarista.

Ganhou mais de 40 prêmios nacionais e internacionais de reportagem.

É autora de Coluna Prestes – O Avesso da Lenda (Artes e Ofícios),

A Vida Que Ninguém Vê (Arquipélago Editorial, Prêmio Jabuti 2007)

e O Olho da Rua (Globo).


E-mail: elianebrum@uol.com.br

Twitter: @brumelianebrum

Ao conviver com os bem mais jovens, com aqueles que se tornaram adultos há pouco

e com aqueles que estão tateando para virar gente grande, percebo que estamos diante da geração mais preparada

– e, ao mesmo tempo, da mais despreparada.

Preparada do ponto de vista das habilidades, despreparada porque não sabe lidar com frustrações.

Preparada porque é capaz de usar as ferramentas da tecnologia, despreparada porque despreza o esforço.

Preparada porque conhece o mundo em viagens protegidas, despreparada porque desconhece a fragilidade da matéria da vida.

E por tudo isso sofre, sofre muito, porque foi ensinada a acreditar que nasceu com o patrimônio da felicidade.

E não foi ensinada a criar a partir da dor.


Há uma geração de classe média que estudou em bons colégios,

é fluente em outras línguas, viajou para o exterior e teve acesso à cultura e à tecnologia.

Uma geração que teve muito mais do que seus pais. Ao mesmo tempo, cresceu com a ilusão de que a vida é fácil.

Ou que já nascem prontos – bastaria apenas que o mundo reconhecesse a sua genialidade.


Tenho me deparado com jovens que esperam ter no mercado de trabalho uma continuação de suas casas

– onde o chefe seria um pai ou uma mãe complacente, que tudo concede.

Foram ensinados a pensar que merecem, seja lá o que for que queiram.

E quando isso não acontece – porque obviamente não acontece – sentem-se traídos,

revoltam-se com a “injustiça” e boa parte se emburra e desiste.


Como esses estreantes na vida adulta foram crianças e adolescentes que ganharam tudo,

sem ter de lutar por quase nada de relevante, desconhecem que a vida é construção

– e para conquistar um espaço no mundo é preciso ralar muito.

Com ética e honestidade – e não a cotoveladas ou aos gritos.

Como seus pais não conseguiram dizer, é o mundo que anuncia a eles uma nova não lá muito animadora:

viver é para os insistentes.


Por que boa parte dessa nova geração é assim?

Penso que este é um questionamento importante para quem está educando uma criança ou um adolescente hoje.

Nossa época tem sido marcada pela ilusão de que a felicidade é uma espécie de direito.

E tenho testemunhado a angústia de muitos pais para garantir que os filhos sejam “felizes”.

Pais que fazem malabarismos para dar tudo aos filhos e protegê-los de todos os perrengues

– sem esperar nenhuma responsabilização nem reciprocidade.


É como se os filhos nascessem e imediatamente os pais já se tornassem devedores.

Para estes, frustrar os filhos é sinônimo de fracasso pessoal.

Mas é possível uma vida sem frustrações?

Não é importante que os filhos compreendam como parte do processo educativo

duas premissas básicas do viver, a frustração e o esforço?

Ou a falta e a busca, duas faces de um mesmo movimento?

Existe alguém que viva sem se confrontar dia após dia com os limites

tanto de sua condição humana como de suas capacidades individuais?


Nossa classe média parece desprezar o esforço. Prefere a genialidade.

O valor está no dom, naquilo que já nasce pronto. Dizer que “fulano é esforçado” é quase uma ofensa.

Ter de dar duro para conquistar algo parece já vir assinalado com o carimbo de perdedor.

Bacana é o cara que não estudou, passou a noite na balada e foi aprovado no vestibular de Medicina.

Este atesta a excelência dos genes de seus pais.

Esforçar-se é, no máximo, coisa para os filhos da classe C, que ainda precisam assegurar seu lugar no país.


Da mesma forma que supostamente seria possível construir um lugar sem esforço,

existe a crença não menos fantasiosa de que é possível viver sem sofrer.

De que as dores inerentes a toda vida são uma anomalia e, como percebo em muitos jovens,

uma espécie de traição ao futuro que deveria estar garantido.

Pais e filhos têm pagado caro pela crença de que a felicidade é um direito.

E a frustração um fracasso. Talvez aí esteja uma pista para compreender a geração do “eu mereço”.


Basta andar por esse mundo para testemunhar o rosto de espanto e de mágoa de jovens

ao descobrir que a vida não é como os pais tinham lhes prometido.

Expressão que logo muda para o emburramento. E o pior é que sofrem terrivelmente.

Porque possuem muitas habilidades e ferramentas, mas não têm o menor preparo para lidar com a dor e as decepções.

Nem imaginam que viver é também ter de aceitar limitações

– e que ninguém, por mais brilhante que seja, consegue tudo o que quer.


A questão, como poderia formular o filósofo Garrincha, é:

“Estes pais e estes filhos combinaram com a vida que seria fácil”?

É no passar dos dias que a conta não fecha e o projeto construído sobre fumaça desaparece deixando nenhum chão.

Ninguém descobre que viver é complicado quando cresce ou deveria crescer

– este momento é apenas quando a condição humana, frágil e falha,

começa a se explicitar no confronto com os muros da realidade.

Desde sempre sofremos. E mais vamos sofrer se não temos espaço nem mesmo para falar da tristeza e da confusão.


Me parece que é isso que tem acontecido em muitas famílias por aí:

se a felicidade é um imperativo, o item principal do pacote completo

que os pais supostamente teriam de garantir aos filhos para serem considerados bem sucedidos,

como falar de dor, de medo e da sensação de se sentir desencaixado?

Não há espaço para nada que seja da vida, que pertença aos espasmos de crescer duvidando de seu lugar no mundo,

porque isso seria um reconhecimento da falência do projeto familiar construído sobre a ilusão da felicidade e da completude.


Quando o que não pode ser dito vira sintoma – já que ninguém está disposto a escutar,

porque escutar significaria rever escolhas e reconhecer equívocos – o mais fácil é calar.

E não por acaso se cala com medicamentos e cada vez mais cedo

o desconforto de crianças que não se comportam segundo o manual.

Assim, a família pode tocar o cotidiano sem que ninguém precise olhar de verdade para ninguém dentro de casa.


Se os filhos têm o direito de ser felizes simplesmente porque existem

– e aos pais caberia garantir esse direito –

que tipo de relação pais e filhos podem ter?

Como seria possível estabelecer um vínculo genuíno se o sofrimento, o medo e as dúvidas estão previamente fora dele?

Se a relação está construída sobre uma ilusão, só é possível fingir.


Aos filhos cabe fingir felicidade – e, como não conseguem, passam a exigir cada vez mais de tudo,

especialmente coisas materiais, já que estas são as mais fáceis de alcançar

– e aos pais cabe fingir ter a possibilidade de garantir a felicidade,

o que sabem intimamente que é uma mentira porque a sentem na própria pele dia após dia.

É pelos objetos de consumo que a novela familiar tem se desenrolado, onde os pais fazem de conta que dão o que ninguém pode dar,

e os filhos simulam receber o que só eles podem buscar.

E por isso logo é preciso criar uma nova demanda para manter o jogo funcionando.


O resultado disso é pais e filhos angustiados, que vão conviver uma vida inteira, mas se desconhecem.

E, portanto, estão perdendo uma grande chance. Todos sofrem muito nesse teatro de desencontros anunciados.

E mais sofrem porque precisam fingir que existe uma vida em que se pode tudo.

E acreditar que se pode tudo é o atalho mais rápido

para alcançar não a frustração que move, mas aquela que paralisa.


Quando converso com esses jovens no parapeito da vida adulta,

com suas imensas possibilidades e riscos tão grandiosos quanto, percebo que precisam muito de realidade.

Com tudo o que a realidade é. Sim, assumir a narrativa da própria vida é para quem tem coragem.

Não é complicado porque você vai ter competidores com habilidades iguais ou superiores a sua,

mas porque se tornar aquilo que se é, buscar a própria voz,

é escolher um percurso pontilhado de desvios e sem nenhuma certeza de chegada.

É viver com dúvidas e ter de responder pelas próprias escolhas.

Mas é nesse movimento que a gente vira gente grande.


Seria muito bacana que os pais de hoje entendessem

que tão importante quanto uma boa escola ou um curso de línguas ou um Ipad

é dizer de vez em quando: “Te vira, meu filho. Você sempre poderá contar comigo, mas essa briga é tua”.

Assim como sentar para jantar e falar da vida como ela é: “Olha, meu dia foi difícil” ou

“Estou com dúvidas, estou com medo, estou confuso” ou “Não sei o que fazer, mas estou tentando descobrir”.

Porque fingir que está tudo bem e que tudo pode significa dizer ao seu filho que você não confia nele nem o respeita,

já que o trata como um imbecil, incapaz de compreender a matéria da existência.

É tão ruim quanto ligar a TV em volume alto o suficiente para que nada que ameace o frágil equilíbrio doméstico possa ser dito.


Agora, se os pais mentiram que a felicidade é um direito e seu filho merece tudo simplesmente por existir, paciência.

De nada vai adiantar choramingar ou emburrar ao descobrir

que vai ter de conquistar seu espaço no mundo sem nenhuma garantia.

O melhor a fazer é ter a coragem de escolher.

Seja a escolha de lutar pelo seu desejo – ou para descobri-lo –, seja a de abrir mão dele.

E não culpar ninguém porque eventualmente não deu certo, porque com certeza vai dar errado muitas vezes.

Ou transferir para o outro a responsabilidade pela sua desistência.


Crescer é compreender que o fato de a vida ser falta não a torna menor.

Sim, a vida é insuficiente. Mas é o que temos.

E é melhor não perder tempo se sentindo injustiçado porque um dia ela acaba.


(Eliane Brum escreve às segundas-feiras.)

O PÃO DE CRISTO

Uma história que cativa e ao mesmo tempo nos faz refletir de como o ser humano é frágil e necessita do outro para lembrá-lo que devemos co...